Um dos meus mais antigos artigos
neste blog tem como título “Kala Uenda”! Sei que esta palavra é desconhecida
para maioria das pessoas que intencional, ou, acidentalmente chegaram até aqui,
mas também sei que uma boa parte já deve ter ouvido, embora os mais jovens talvez
não tenham tido interesse em procurar o significado. Bom, como já disse “Kala
Uenda” não é palavra nova aqui no Sou de Malanje, pelo que quem estiver
interessado pode rever nas mensagens antigas.
“Então, porque raio voltou escrever
se não é intenção dar explicações sobre o provérbio?” Aí está o X da questão.
Na verdade quero falar de como o artesanato pode ajudar Malanje a crescer,
entretanto, só pensei nisso depois que saí de Malanje e fui ver outros lugares
onde isso acontece. Mas vamos falar da nossa realidade, no meu livro (ainda não
lançado) Kibonga, falo sobre “uma Malanje” fictícia onde em pouco tempo tudo
melhorou graças ao aparecimento de um fenômeno que mudou completamente os olhos
do mundo em relação à província. Mas não vem ao caso agora.
Vamos ao ponto: Já teve em casa
uma daquelas vassouras feita de capim? E um luando ou esteira? Já utilizou “pau
de aranha”. Pois bem, vou usar estes três exemplos e talvez acrescentar a
Marimba que por sinal também é fabricada em Malanje e dizer que se promovermos
estes produtos podemos acelerar a sua compra, conseqüentemente, aumentar a sua
produção, fazendo com que os nossos visitantes não saiam de Malanje de “mãos
vazias”, e as famílias tradicionalmente artesãs não fiquem de “mãos abanadas”. Pense
que partindo deste ponto de vista os artesãos vão precisar de mão de obra para
dar conta da demanda ao que os mais jovens serão convocados e assim deixarão de
praticar acções que talvez não fizesse bem a própria sociedade. Diminuiria o
numero de famílias passando fome e daria a oportunidade àqueles que não vão à
escola por falta de dinheiro, que vejam seus problemas minimizados. Difícil? Mais
uma vez digo: Kala Uenda!
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