25/04/08

Haja Luz em nossas Casas

Por: Custódio Fernando Armando *
In: Vula Magina de Aleluia


Ouvi entre portas e travessas de que apenas uma turbina da barragem de Capanda bastaria para abastecer todos os países da África austral a famosa SADC.

Mito ou verdade, o facto é que a energia produzida pela maior barragem de Angola até ao momento, chega aos soluços às terras da Palanca Negra Gigante, situação que tem estado a preocupar os malanjinos que fazem das tripas o coração para manterem seus televisores ligados e seus alimentos perecíveis conservados.

As constantes falhas, a deficiente rede de abastecimento, bem como a suposta candonga existente no binómio distribuidor – consumidor, suscita muitas vezes a existência de outros problemas que passam pela insegurança dos citadinos no confronto directo com os cabos de alta tensão e a velha mania de revender a luz. Que atire uma pedra quem nunca teve de contribuir para compra de cabo de alta tensão afim de substituir um outro que tenha queimado em consequência de um curto-circuito provocado por quem nunca soubemos. Que atire a primeira pedra quem nunca teve de pagar ao vizinho tal, embora já tenha feito o contrato com a ENE, no sentido deste ceder a ligação da energia do seu ramal.

Existirão com certeza outros factos caricatos sobre o velho problema da Luz Eléctrica. Diante o marasmo, temos visto a luz desaparecendo no fundo do túnel, obrigando-nos a recorrer aos geradores, vulgo “cafumanessa” (Fofandó para Luanda e outras província de Angola) ou “Elemax”, particulares que por sua vez provocam uma autentica poluição tanto sonora quanto ambiental, sem falar dos problemas e das lutas que temos vindo a enfrentar nas longas, fatigantes, tediosas e barulhentas filas de combustíveis. Bem, a nossa vénia vai para a Sonangol que graças a Deus tem sido presença constante quanto ao abastecimento do combustível.

E se uns conseguem satisfazer a demanda de clientes, outros furtam-se de cumprir com sua parte do contrato, já que nós os consumidores legais pagamos mensalmente a luz que consumimos e também aquela que não consumimos. Enquanto esperamos, pacientemente ouvimos nos noticiários e espaços criados em rádios e televisão discursos públicos sobre desenvolvimento socioeconómico um contributo que também é atribuído à Barragem Hidroeléctrica de Capanda.

Haja Luz… Nos corações dos dirigentes e governantes angolanos, haja luz em nossas casas.

Wawé Malanjéé Ku Hady ia dite Kibatu.


* Radialista, Escritor, Professor
In: Denúncias

Malanje aos 25 de Abril de 2008

1 comentário:

dai disse...

Muito interessante o fator eletricidade,porém, o mais interessante é entendo o porque de tantos problemas em um continente riquíssimo, a quem essa pobreza favorece. Mas, estamos no caminho certo, em pouco tempo todo o mundo vai olhar para África.